Amigos, tenham um excelente domingo.
Há 79 anos falecia um dos maiores escritores e
poetas, Fernando Pessoa. E por gostar demais de seu trabalho, dedico essa
homenagem aqui na página, além de dois poemas: Chove e A Morte Chega Cedo.
Espero que gostem e amanhã tem mais.
Grande abraço,
Miriam
Fernando Pessoa
79 anos de falecimento

Ele nasceu no dia 13 de junho de
1888, no Distrito de Lisboa e faleceu há 79 anos, dia 30 de novembro de 1935,
em Lisboa, Portugal, aos 47 anos.
Após
a morte do pai por tuberculose, ocorrida quando ele só tinha cinco anos, a mãe
se vê obrigada a leiloar parte da mobília e os dois mudam-se para uma casa mais
modesta. É também nesse período que surge seu primeiro pseudônimo, “Chevalier
de Pas”, assim como o primeiro poema, curto, com a infantil epígrafe de “À
Minha Querida Mamã”. Sua mãe casa-se pela segunda vez em 1895, com o comandante
João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, África do Sul.

Utiliza
o idioma para traduzir textos de poetas ingleses, como “O Corvo” e “Annabel
Lee” de Edgar Allan Poe, chegando a publicar em 1918 e 1921 coletâneas de
poemas em inglês de sua autoria.
Heteronímia
Podemos dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar. De tanto fazê-lo, criou outras vidas através de seus heterônimos, que se constituíram em sua grande criação estética. Os heterônimos, diferentemente dos pseudônimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Entre os heterônimos, o próprio Fernando Pessoa passou a ser chamado ortônimo, porquanto era a personalidade original.
Podemos dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar. De tanto fazê-lo, criou outras vidas através de seus heterônimos, que se constituíram em sua grande criação estética. Os heterônimos, diferentemente dos pseudônimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Entre os heterônimos, o próprio Fernando Pessoa passou a ser chamado ortônimo, porquanto era a personalidade original.

Através dos heterónimos, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último fator se destaca no enigmático que perpassa a obra do poeta.
Escreveu desde sempre, com seu primeiro poema aos sete anos e pondo-se a escrever até mesmo no leito de morte. Sua vida foi uma constante divulgação da língua portuguesa. Nas palavras do poeta, expressas pelo heterônimo Bernardo Soares, “minha pátria é a língua portuguesa”. Ou então, através de um poema: “Tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade.” Analogamente ao general romano Pompeu que disse, por volta de 70 a. C., que “navegar é preciso; viver não é preciso”, Pessoa diz, no poema “Navegar é Preciso”, que “viver não é necessário; o que é necessário é criar”.
Poesias
Chove. Há Silêncio

Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
A Morte Chega Cedo
A morte
chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.