Bom dia amigos.
Em comemoração ao
nascimento do escritor Machado de Assis, no dia 21, compartilho aqui na página
contos, dicas de leitura e depoimentos sobre esse importante escritor brasileiro.
Crisálidas, reedição
de poesias de Machado de Assis
Primeiros
versos do escritor não saíam na íntegra desde 1864
Reedição traz poesia de Machado.

"Fernando Pessoa foi o maior poeta
português e Machado o maior prosador brasileiro. Toda a prosa de Pessoa, que
seria o equivalente à poesia de Machado, está sendo reeditada. Logo, o mínimo
que um país civilizado pode fazer por seu maior escritor é reeditar seus
poemas", diz.
"Crisálidas", o primeiro
livro de poesias de Machado, publicado quando ele tinha 25 anos, volta pela
primeira vez integral desde seu lançamento, em 1864. Em 1901, quando publicou
suas "Poesias Completas", o escritor misturou ao conteúdo deste seus
poemas posteriores, dos livros "Falenas" (1870),
"Americanas" (1875) e "Ocidentais" (1880).
Machado de Assis também fez várias
modificações na obra, talvez preocupado com a posteridade. Cortou 17 poemas de
"Crisálidas" e o posfácio que escreveu, além de fazer mudanças em
vários versos, das quais mais tarde se arrependeria em parte.
Corina foi a primeira musa de Machado,
antes de Carolina, sua mulher, com quem dividiria 35 anos de vida. Os versos
que fez para ela ("A Carolina"), assim como seus outros poemas mais
conhecidos, como "Soneto de Natal" ou "Círculo Vicioso", já
são de "Ocidentais", sem reedição prevista, embora possam ser
encontrados na edição dos "Melhores Poemas" (Global).
Livro: Crisálidas Autor: Machado de Assis Editora: Nova
Fronteira/UFRJ (115 págs.)
Conto O Oráculo, de
1866
Conheci outrora um sujeito que era um exemplo de
quanto pode a má fortuna quando se dispõe a perseguir um pobre mortal.
Leonardo (era o nome dele) começara por ser mestre
de meninos, mas tão mal se houve que no fim de um ano perdera o pouco que
possuía e achou-se reduzido a três alunos.
Tentou depois um emprego público, arranjou as
cartas de empenho necessárias, chegou mesmo a dar um voto contra as suas
convicções, mas quando tudo lhe sorria, o ministério, na forma do geral
costume, achou contra si a maioria da véspera e pediu demissão. Subiu um
ministério do seu partido, mas o infeliz tinha-se tornado suspeito ao partido
por causa do voto e teve uma resposta negativa.
Auxiliado por um amigo da família, abriu uma casa
de comércio; mas, tanto a sorte, como a velhacaria de alguns empregados, deram
com a casa em terra, e o nosso negociante levantou as mãos para o céu quando os
credores concordaram em receber uma certa quantia inferior ao débito, isto em
tempo indeterminado.
Dotado de alguma inteligência e levado pela
necessidade mais que pelo gosto, fundou uma gazeta literária; mas os
assinantes, que eram da massa dos que preferem ler sem pagar a impressão, deram
à gazeta de Leonardo uma morte prematura no fim de cinco meses.
Entretanto, subiu de novo o partido a que ele
sacrificara a sua consciência e pelo qual sofrera os ódios de outro. Leonardo
foi a ele e lembrou-lhe o direito que tinha à sua gratidão; mas a gratidão não
é a bossa principal dos partidos, e Leonardo teve de ver-se preterido por
algumas influências eleitorais de quem os novos homens dependiam.
Nesta sucessão de contratempos e azares, Leonardo
não chegara a perder a confiança na Providência. Doam-lhe os golpes sucessivos,
mas uma vez recebidos, ele preparava-se para tentar de novo a fortuna, fundado
neste pensamento que havia lido, não me lembra aonde: “A fortuna é como as
mulheres, vence-a a tenacidade”.
Preparava-se, pois, a tentar novo assalto, e para
isso tinha arranjado uma viagem ao norte, quando viu pela primeira vez Cecília
B…, filha do negociante Atanásio B…
Os dotes desta moça consistiam nisto: um rosto
simpático e cem contos limpos, em moeda corrente. Era a menina dos olhos de
Atanásio. Só constava que tivesse amado uma vez, e o objeto do seu amor era um
oficial de marinha de nome Henrique Paes. O pai opôs-se ao casamento por
antipatizar com o genro, mas parece que Cecília não amava muito Henrique, visto
que apenas chorou um dia, acordando no dia seguinte tão fresca e alegre como se
lhe não houvesse empalmado um noivo.
Dizer que Leonardo se apaixonou por Cecília é
mentir à história, e eu prezo, antes de tudo, a verdade dos fatos e dos
sentimentos; mas é por isso mesmo que eu devo dizer que Cecília não deixou de
fazer alguma impressão em Leonardo.
O que causou profunda impressão no ânimo do nosso
mal-aventurado e conquistou desde logo todos os seus afetos, foram os cem
contos que a pequena trazia em dote. Leonardo não hesitou em abençoar o mau
destino que tanto o perseguira para atirar-lhe aos braços uma fortuna daquela
ordem.
Que impressão produziu Leonardo no pai de Cecília?
Boa, excelente, maravilhosa. Quanto à menina, recebeu-o indiferente. Leonardo
confiou em que venceria a indiferença da filha, visto que já possuía a simpatia
do pai.
Em todo o caso desfez a viagem.
A simpatia de Atanásio foi ao ponto de fazer de
Leonardo um comensal indispensável. À espera do mais, o mal-aventurado Leonardo
foi aceitando aqueles adiantamentos.
Dentro de pouco tempo era ele um íntimo da casa.
Fonte: Covil do Orc
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Recital poético dedicado à obra do poeta brasileiro Claudio
Willer, um dos autores mais expressivos da poesia surrealista do Brasil, com
organização de Maria Alice Vasconcelos e participação dos poetas Roberto
Bicelli, Celso Alencar, José Geraldo Neres, Célia Musilli, Contador Borges,
Lelia Miura, Edson Bueno de Camargo, Ivan Regina, Célia Ábila, Paulo Ortiz, Liz
Reis e Claudio Daniel.
Serviço:
Menu de Poesia
Dia: 25/1, das 20h30 às 23h
Fonte: Covil do Orc
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